27 de janeiro de 2009

Paredão de Gerações...

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Dar só uma espiadinha? Desculpe-me Bial, mas é impossível em se tratando de Big Brother Brasil! Pelo que tudo indica, a saga do número impar vai prevalecer e solidificar-se na edição de numero 9, pois as novidades surpreendem e estimulam, proporcionando como resultado a agitação e a audiência. To gostando! Queda de Muro, fim da exposição na bolha, prova do líder, bigfone, brigas, discussões, ofensas, desavenças, pegação, edredom... caraca, rolou de tudo nesta semana e os participantes vão aos poucos se soltando, mostrando suas faces, despindo-se ou não, como seres humanos, diante das telas e jogando as cartadas na suposta “brincadeira de jogar”.

E no balanço das horas o Big Brother Brasil 9 vai quebrando paradigmas e criando seu próprio perfil, onde a surpresa e o mistério já é sem sombra de dúvidas a maior característica desta edição. Dentre as mudanças impostas, em relação às edições anteriores , a inclusão de pessoas com mais idade, ou idosas, permitirá que o programa tenha mais um fato inédito: um paredão que podemos chamar de “Paredão de Gerações.” A Participante mais nova (Ana Carolina), estará disputando a permanência na casa com dois sexagenários (Norberto e Naiá) . Considero corajosa a atitude da Produção ao decidir trabalhar com uma faixa etária mais elevada, partindo do presuposto que o desrepeito ao idoso e a sua trajetória é marca em nosso país.

Analisando as participações pelo aspecto do jogo, diria que ambos cumpriram seu papel até o momento. Julgo como produtivo a entrada e todo o movimento, pois gerou surpresa e incerteza na casa e fora dela. O grande mérito foi a dúvida instalada entre os participantes quanto ao que poderia acontecer, a possibilidade real da perda do tão sonhado milhão para um dos “velhinhos”, por entenderem que o publico iria de pronto identificar-se com ambos (pela propria idade), gerou instabilidade e mudanças de atitudes no grupo, fator importante para o jogo. Ponto para produção neste aspecto!


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Quanto a visão como telespctador, em relação ao comportamento e a interação de ambos no jogo, não gostei! Baseado no movimento criado, diria que está sendo a quem do esperado. O paredão esta ai, quem vai sair, quem vai vencer, o publico é que irá decidir, mas as pesquisas nos mostram que, nem Nonô, nem Naiá, estão agradando a maioria do publico que acompanha o programa. Com todo respeito a idade de cada um, diria que isto nos faz ver e entender que agir certo ou errado, saber interagir, respeitar, ter sabedoria não depende dos anos vividos. Parece-me que ambos não estão fazendo uso da maturidade que os anos lhe conferem, pois tanto um quanto o outro estão na verdade perdendo um precioso espaço, pois o relacionamento entre idosos e jovens propicia um processo que os especialistas chamam de co-educação. Tanto um grupo quanto o outro tem a ensinar e a aprender. É uma via de mão dupla. O Jovem é um importante mediador do relacionamento do idoso com elementos da sociedade contemporânea. Já as “avós e os avôs” oferecem um conhecimento voltado para os valores do passado histórico da família e da comunidade em que vivem e se tornam exemplo de como envelhecer.

Não vou expôr o lado negativo de cada um, segundo minha visão, pois a pessoa envelhece-se como se viveu. Na verdade, em nosso envelhecimento vamos continuando a ser como sempre fomos, apenas acentuando muitos dos nossos traços de caráter e tendo outros atenuados. Vejo com as atitudes de Nono e Naía, que toda uma categoria na pirâmide hetária, perdeu um precisoso espaço aberto a inclusão, para demonstrar que a convivência entre as gerações vai além dos laços familiares, de ganharem respeito, lutarem para mudar o olhar do brasileiro em relação ao idoso, deixando de vê-los como uma peça, totalmente obsoletos, de mostrar que independente da matéria podemos manter-nos jovens em espírito, demonstrando o quanto é bonito envelhecer com sabedoria, mostrar que não precisamos deixar de sermos o que somos, nem tão pouco querermos voltar no tempo para nos relacionar.

Estatísticas nos mostra que até 2025, o Brasil será o sexto país do mundo com o maior número de pessoas idosas, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) e com essa inversão da pirâmide por idades é necessário que a interação entre as gerações se faça de forma natural e aconteça em todos os lugares. A questão do envelhecimento populacional atinge a todos nós, não só como pessoas que somos, caminhando para o nosso próprio envelhecimento, mas também porque estamos sofrendo contínuas mudanças, em nossa maneira de ser e de sentir a cada período de tempo, em nosso corpo e em nosso espírito, e na observação da sociedade que está à nossa volta e desta maneira é importante mudarmos a forma de entender a velhice. Por outro lado, as pessoas envelhecem diferentemente uma das outras e isto tanto Nono, como Naiá nos mostrou em suas passagens pela casa mais vigiada do país.

Sou favorável a participação do mais idoso se pensarmos em termos de vivência, de sociedade, de inclusão e de respeito a quem muito tem a acrescentar. O quanto bonito seria te-los ali dando exemplos de vida, porém sou contra se pensarmos em apenas mais um participante que se limita a procurar ver quem está utilizando “máscaras”, a terem atitudes iguais aos jovens, ao invés de darem exemplos. O idoso pode perfeitamente conviver no mesmo espaço que o mais jovem, porém não pode perder de vista a sua história e o que ele representa. Lamento por ambos e desejo que tenhamos claro que, a velhice constitui tão somente uma etapa da vida, assim como a infância, a juventude, a virilidade; a vida é uma só e saber viver com dignidade, seja em que momento for, é a grande sabedoria. Enfim... Ana, Naiá, Nono, já se mostraram, quem vai permanecer na casa? Não arrisco palpite, mas que seja aquele que o publico entender ser o melhor para o jogo. Você já tem o seu preferido?

Que venham os paredões....


Este post retrata somente a minha opinião e visão do jogo e sobre o tema abordado, não escrevo em nome de minha equipe.
Silvana

 
©2007 '' Por Elke di Barros