27 de setembro de 2008

Primaverando..

Reconheces algum pólen em teus sentidos? Sentido!

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É preciso "setembrar" também, de alguma maneira. Embora a fissura pelo "exterior" ou sei lá mais o quê, matricules teu bom senso no tesão de florescer. Há muito mais entre tu e o teu reflexo no espelho do que imaginam as atuais e vãs filosofias. É preciso deixar que por ti passeie um arejado sentir e um viável sentido, abrindo outras tantas janelas e gavetas para muito mais sol, brisa e perfume. Antes, és o sachê que tem as essênciais de que precisas, o único espírito responsável pela chance de fazer com que Deus sorria ou chore ao espiar teu avesso.

"Primaverar" é hidratar-se de alguma forma, é deixar que a fotossíntese aconteça e que a velha e boa raiz se esparrame, nutrida. Precisas da energia que provêm de tua própria luz, do harmonioso ballet por tuas células, do amido desse sovado pão da vida, da mágica química de tuas porções. É preciso acreditar que és o ventre para alegria e riso, para calor e abraço, para mais um dia e uma nova estação.

Se já te foi possível chegar até aqui, se já te foi possível respirar aquém da poeira na estrada, se ainda te é possível converter idéia em passo, então confies na capacidade de brotar, de novo, do jeito que és. Não importa se agora te sentes uma margaridinha ou um edelweiss, se te deixas dispor na terra, no xaxim ou num vasinho, se homenageias quem chega ou quem vai, se apenas estás aí, aonde quer que te tenhas permitido chegar, te tenham permitido ficar, compreendas estar... seja por escolha ou conseqüência.

Agora, precisas reagir e brindar os olhos internos de teu mundo correspondendo aos estímulos de tua inevitável e valiosa natureza, além de qualquer oxigenar do alheio, quer sejam de anjos, homens, cães ou lobos que nem sempre percebem a prenhez absoluta dos luares.

Deixa-te "ser viva/o" implantando menos modismos e outros artifícios, para mais, para muito mais sadiamente amar-te. Nenhuma "primavera" vale desbotar-te no excesso das cobranças ou daqueles que te amam pouco, meio como tu, às vezes. É possível reescreveres tua cartilha: ser feliz é mais do que parecer, apenas. Está além de tua veste ou pele, de um sorriso ocasional, de um "tudo bem" à toa ou de um suspiro espartilhado. Parecer coisifica. Violenta. E fadiga.

A boa nova de setembro é a velha máxima: "a lição sabemos de cór, só nos resta aprender"... Já veio, tá quase indo.. Primavere-te! Primavere-te tirando também os mofos de tua casa interna, os espinhos de tua alma, as mágoas de teu caminho, os cansaços dos desencantos, comodismos, mesmices.. Primavere-te acreditando na substância além de quaisquer rebocos para que os descendentes dos teus batalhados sonhos sejam tão reais como tem sido a paciência de Deus com a abusiva pirataria de corações e feitios.

Pri-ma-ve-re-te!. E floresça, refloresça, sei lá. Mas faça parte. Voar e pousar em si mesmo "perfuma e colore" tudo o mais..

 
©2007 '' Por Elke di Barros