4 de junho de 2008

"QUEM É VOCÊ?"


“Graças a chama de uma vela, a solidão de um sonhador não é mais a solidão do vazio.”
(Bachelard)


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QUEM É VOCÊ?


Em plena primeira terça-feira do mês de maio, em um ano onde o tempo mais parece virtual pois está passando muito rápido, saí do trabalho e igualmente a uma parcela considerável da população fui para casa fazer uma das atividades já incorporada em meu dia-a-dia: navegar pela internet, ler as notícias, responder os e-mail, conversar com amigas, enfim... Ter um computador, gostar de utilizá-lo e interagir virtualmente com tantas outras pessoas, tornou-se um “vício” que em meu tempo vago procuro com sensatez (ou não?) utilizar-me dele, buscando sempre não perder de vista o cotidiano real com todas as vicissitudes de qualquer ser humano.

Estar conectado, “falando” com pessoas neste “jogo” de sensações e sentimentos permite que nossa “rede de amizades” se amplie através do orkut, MSN, Skype, e-mail e blogs com comentários, onde trocamos informações, confidências, e em oposição, na verdade, pouco sabemos ao certo com quem estamos falando. Será que a pessoa com quem me comunico, é como ela se descreve? É mesmo a loura da foto ou é morena? Será a “amiga” ou um “amigo” por detrás de um nome? Falar por um longo tempo com alguém não me garante conhecê-lo realmente.. mas o fato é que alguns fazem da virtualidade a extensão de suas vidas, já outros, “usam-na“ para serem o que gostariam.

Muitas pessoas utilizam deste mundo virtual para realizarem suas “fantasias”, dizem ser alguém a quem admiram ou idealizam, falam e expõem o que não conseguem no contato direto, agem e provocam situações que não fazem na vida real, ou então o contrário se aplica, enfim... Quando se pensa em Internet, tem-se que ter claro que nossa privacidade deve ser preservada pois fala-se de algo importante que veio como meio facilitador na era da globalização, mas também de uma dissimulação existente que é totalmente possível com o anonimato que a própria ferramenta proporciona.

As amizades virtuais são interessantes.. Conheci pessoas extremamente simpáticas, humanas e amigas através da internet, pessoas cuja cultura e vivência me trouxeram algo enriquecedor, pessoas que nunca conheceria de outra forma porque existiam poucas hipóteses de nos cruzarmos. Pessoas que não posso esquecer e que me fazem sentir vontade de conhecer outras tantas pessoalmente. Sabemos de corações que se encontraram e levaram o sentimento para além dos monitores e transformaram o virtual em real (Stevie e Pati... que Deus os abençõe), mas assim como tudo tem seu lado positivo e negativo, a internet não foge à regra... Se ganhei amigas verdadeiras, também me decepcionei, acreditando estar conhecendo pessoas que após o contato real, se mostraram outras, com atitudes totalmente opostas a que minha imaginação criou através de conversas. Por isso é importante definirmos o espaço destinado às amizades reais e às virtuais, porque existem pessoas que passam a conduzir suas vidas em função desta virtualidade e acham que o fato de terem o MSN carregado de nick/names lhes garante o antídoto para a solidão.. O fato de abrir a “caixinha mágica”, sentir uma dúzia de pessoas em linha lhe dá um imaginário sentimento de reconforto e esquecem que estão sós em casa, que a vida é aquilo que construímos de verdade com coisas reais e que o equilíbrio é a noção exata entre o real e o virtual porque fará a diferença em nossas vidas. Toda a forma de contato e conhecimento é vantajosa, desde que não se pretenda substituir os laços de solidariedade e convívio.

Estamos hoje diante de um paradoxo social contemporâneo onde convivemos o dia-a-dia com tanta gente e ao mesmo tempo sentimo-nos solitários. Muitas são as situações geradoras da solidão. O isolamento social obrigatório é muito diferente do viver sozinho “por opção”. No primeiro, existe a imposição da situação ou das circunstâncias; no segundo, viver solitariamente é uma escolha consciente e deliberada onde a Internet com seus meios facilitadores têm sido um instrumento de comunicação e interação importante mas ao mesmo tempo ambíguo, pois tanto pode facilitar a busca de companhia virtual como pode ser usado também para sustentar o isolamento social que a cada dia vemos mais nas pessoas ao buscarem as chamadas companhias de forma ilusória... ou não.

O aumento dos diversos tipos de solidão no Brasil e no mundo, por inúmeras razões, põe em dúvida a antiga tese do homem como um ser eminentemente social. As novas gerações é que irão com certeza redefinir se o humano é ou não um ser social. O fato é que ao participarmos deste mundo virtual temos que ter claro que mais do que nunca a “qualidade” deverá sempre prevalecer em relação a “quantidade”, como parâmetro em nossas vidas. Valorizar aquilo que temos, que podemos confiar, será sempre o caminho para toda e qualquer situação e devemos buscar na prática cotidiana a resposta para a seguinte questão ética: qual o melhor jeito de bem viver a vida? Acompanhado e aprendendo com as dificuldades, ou simplesmente sozinho? (SILVANA)


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PARCEIRA... Hoje com certeza o meu post está brilhando, pois conta com seu "pitaco", que alegria....


É tão bom viajarmos juntos
E viver aproveitando tudo
Amanhã vai ser melhor que hoje
Novos sonhos ao amanhecer... (
I.S.
)


Você que está aí se rasgando, explodindo... quem é você além da tela, quem sou eu, quem somos nós? Decerto que você tem problemas como eu, como todo mundo, mas e daí? Também temos a energia que nos move, restaura, relaxa e reinventa porque ainda uma vontade imensa, na maioria, de ser feliz, de amar, de dizer do amor, de fazer parte.. E sobretudo quando nos pegamos pensando sobre, sentindo fundo, pedindo a Deus que tenha piedade dessa latência em nossas almas é que através de alguma luz sobrevivente em nossos escuros nos permitimos reverter os absurdos desse mundo... e prosseguimos.

Não é apesar de, mas graças à, que maturamos ter chegado até aqui. Isso faz toda a diferença, quer tenhamos nossas alegrias e tristezas, tantos "sims e nãos" determinantes, nossos obsediantes "talvez", vários "ses" nos cutucando diariamente, embolando.. O que nos sobra é esse respirar preservados, de novo, de novo e de novo... porque certos ou errados (prefiro morrer certa que matar errada) o inevitável é reconhecer, e agradecidamente, que estamos vivos ainda, que estamos buscando a coincidente honestidade de usufruir do quão realmente felizes podemos ser. Então...

Stevie e Pati, entrei de gaiata neste post sobre "virtualidade" para testemunhar a da realidade de vocês, dessa história de amor, com amor, pelo amor, e só. De que mais se precisa? Que mais dizer? Enquanto o mundo insistir no dna da pedra que vai lançar em nossas cabeças n'alguma próxima esquina, vocês se constroem com o ingrediente de mais valia e poder do mundo que é 'um e o outro, com e para o outro'. Existe benção maior? Bah, que vontade de entrar por essa tela agora, abraçá-los e homogeneizar nossos corações.. O resto? Que resto? Percebam.. Se éco houver é um de amém, velho conhecido de quem amou, ama, foi amado.. Tá explicado? Sim, porque vocês alcançam-nos... nítida e abusadamente.

Tudo o mais é rasgar-se, explodir-se e além de si. Virtual, real, quem pode saber e garantir? Felizes os que são, de fato, o que são. E se o forem com outros também? Maravilha! Faltam-me palavras mas sobra Deus. Aliás, um internauta e tanto, não? rsrs (LEILA)

 
©2007 '' Por Elke di Barros